Días de auga e frores

O meu amigo Emilio Blanco (Milucho) recolleu esta imaxe da natureza sen aditivos, algo máis que unha fotografía da beleza do medio que non me farto de defender fronte as variadas ameazas que rodean a este mundo de tolos. Manteñome na miña teima e para iso voto man a unha canción desas de argumentación ecoloxista, recollida nun fermoso elepé do cantautor portugués Fausto, que adico con agarimo a Milucho, Mari Ángeles e Laura, galegos na diáspora, pero presentes nesta terra que nos viu nacer a todos.

Já foste linda, Rosa!
Ola Rosa como vais
Faz tempo que te não vejo
Desde Alfama aos Olivais
Dá-me um abraço e un beijo
Com o passo controlado
E o gesto distraído
Vais comprando por ouvido
Um hamburger que sabe a pescado
Um pudim a esparregado
E o chouriço a coisas mais
Quando esgoto dá ao cais
Faz enjoar de repente
Anda aí gente doente
Ola Rosa como vais.
Tens os olhos consumidos
Num anúncio de auto-estrada
E sabem-me a laranjada
Os teus labios percorridos
Por ácidos e anhidridos
De productos de sobejo
Quem te fez esse desejo
Em conserva e congelado
Oh Rosa tens mau olhado
Faz tempo que nao te vejo
Ja foste linda Rosa
Agora ja não és
Tu tens da cabeza aos pés
Uma estranha simbiose
De amaragura e glicose
Arranha-céus de capitais
Vao-se acabando arraiais
Já os tascos estao fechados
só vejo supermercados
Desde Alfama aos Olivais
Canta uma cançao catita
Nao editada em cassette
Nem daquele chato do Fausto Pappeti
Faz uma cara bonita
Tu és a minha favorita
Por isso vou a tua casa
Como o coraçao em brasa
Mas nao me dés pasta de queijo
Nem sopinhas enlatada
Nem pescadas congeladas
Dá-me um abraço e un beijo.
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(1) Alfama e Olivais: barrios de Lisboa, moi distantes un doutro.
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Histórias de viageiros (1980)
Fausto

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