Rasgar essa roupa já em trapos, farrapos
outra qualquer, na pele, costurar
não se é doido de viver
sem fantasia. Vagar canoas rio acima
o mau tempo nos surpreendendo
e supervenientes enchentes, por fim arrefecidas
Seguir vozes clamando no deserto, espírito
aberto. Olhos fechados, sem desconfiança alguma
esquecendo os (outrora) cerrados punhos
Orientar-se – nua de saberes – pela lua
tresdobrar atenções, intentando captar
engenhoso e sutil argumento, em forma de lamento
Ana Guimarães
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