Poema

De tarde no campo, nenhum pássaro cantou;
e só neste fin de día un vento traz o assobio
da primavera meláncolica: despedidas,
imagens breves, nenhuma inspiraçao. O sopro nocturno,
porém, anunicia um reflexo de espelho no fundo
do corredor. A voz surge de um dos quartos
em que a ausência se perde. Um baço
murmúrio se aproxima do gemido que evoca
o mar -sem que a onda se decida, quebrando
o son agonizante. Entao, abro a porta
e chamo-te; sabendo que só a noite me
responderá.



As regras da perspectiva
Nuno Júdice

Fotografía de Roque Soto

Banda sonora




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