NENHUM NADA

 

Seca

Morre de exílio a terra.
Nenhum grão. Nenhuma dália.
Nenhum nada. Nem malmequer.
Só uns invertidos tentáculos.
Crateras.

Eis que o verde se pontua e espera
dentro de minúsculas catedrais
que só se abrem com a música
das águas.

É a seca e a vista se atrapalha
tentando divisar algum verso,
uma leveza que se desmanche
e se desmanche tanto
que hidrate essa espessura:
seca.
Cissa de Oliveira
Fotografía de EFE: verde

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