EM SEUS ESQUIFES MARINHOS
Viagem
Pelos meus dedos molhados
escorrem largos oceanos.
Pelos meus dedos azuis
desfilam navios esquálidos.
Meus dedos estão cansados
por isto, já nem se fecham:
portos vagos abrem-se e deixam
partirem todos os sonhos.
escorrem largos oceanos.
Pelos meus dedos azuis
desfilam navios esquálidos.
Meus dedos estão cansados
por isto, já nem se fecham:
portos vagos abrem-se e deixam
partirem todos os sonhos.
Os sonhos vão como mortos
em seus esquifes marinhos
nos corpos sem consistência
pousam anêmonas. Os rostos
entre rochedos opostos
desaparecem. Mistério
exibe-se em ar grave e sério
à terra do esquecimento.
Restos de brumas aladas
perpassam na maresia.
Minhas mãos já não sustentam
quilhas contra as águas claras.
Cantam na vela enfunada
ventos de todo quadrante
por mais que busquem o horizonte
o infinito os afasta.
em seus esquifes marinhos
nos corpos sem consistência
pousam anêmonas. Os rostos
entre rochedos opostos
desaparecem. Mistério
exibe-se em ar grave e sério
à terra do esquecimento.
Restos de brumas aladas
perpassam na maresia.
Minhas mãos já não sustentam
quilhas contra as águas claras.
Cantam na vela enfunada
ventos de todo quadrante
por mais que busquem o horizonte
o infinito os afasta.
- Sou como viageiro estranho
por mais que busque e navegue
do infinito o talvegue
jamais reencontro os sonhos.
por mais que busque e navegue
do infinito o talvegue
jamais reencontro os sonhos.
Bernadette Lyra
Pinturas de Paul Klee
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