OUVINDO MATITA PERÊ
Roma ferragosto de 1973
querido tom
dentro de mais um mês lhe faço uma carta porque tenho um projeto genial que precisamos fazer juntos.
No momento, depois de ter chorado algumas vezes ouvindo matita perê, aqui vai meu agradecimento
dentro de mais um mês lhe faço uma carta porque tenho um projeto genial que precisamos fazer juntos.
No momento, depois de ter chorado algumas vezes ouvindo matita perê, aqui vai meu agradecimento
Saudade
nas horas tristes de exílio
me onsolo com Antonio Carlos Jobim
Norte Sul Leste Oeste
eu pra você
você pra mim
a e do paraíso
Tom Jobim
me onsolo com Antonio Carlos Jobim
Norte Sul Leste Oeste
eu pra você
você pra mim
a e do paraíso
Tom Jobim
os sonhos de Villa Lobos
desaguam do piano
nas veredas do violão
Antão Carlos toca e canta
mata a morte
viva paixão
Antonio Carlos Jobim
meu companheiro de sertão
desaguam do piano
nas veredas do violão
Antão Carlos toca e canta
mata a morte
viva paixão
Antonio Carlos Jobim
meu companheiro de sertão
nas horas tristes de exílio
me consolo com Tom Jobim
Norte Sul Leste Oeste
eu pra você
você pra mim
ave do paraíso
Tom Jobim
me consolo com Tom Jobim
Norte Sul Leste Oeste
eu pra você
você pra mim
ave do paraíso
Tom Jobim
o sopro de Vinicius a voz de João
desintegram dissonantes velhas estações
renascem da floresta ao litoral
gemidos pios assovios sons notas cantos
da bossa cada sempre cada vez mais nova
da marcha da valsa do samba da roda
do frevo do choro do coco do baião
do romanceiro do maracatu
do cantochão
das sinfonias das terras do sem fim
do silêncio eterno dos espaços infinitos
do verso
da prosa
do amor
da flor
de Nara
de Norma
de Lara
d'eu pra você
de você para mim
Sabiá do Brasil
Antonio Carlos
Tom Jobim.
desintegram dissonantes velhas estações
renascem da floresta ao litoral
gemidos pios assovios sons notas cantos
da bossa cada sempre cada vez mais nova
da marcha da valsa do samba da roda
do frevo do choro do coco do baião
do romanceiro do maracatu
do cantochão
das sinfonias das terras do sem fim
do silêncio eterno dos espaços infinitos
do verso
da prosa
do amor
da flor
de Nara
de Norma
de Lara
d'eu pra você
de você para mim
Sabiá do Brasil
Antonio Carlos
Tom Jobim.
Glauburu*
Glauber Rocha
(ps - o eu pra você/Você pra mim é roubado de Oswald de Andrade mas na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma na prática eterna do materialismo histórico e dialético ). Roma, agosto de 1973
*apelido do Glauber.
Fotografías: Gravacións na CTI e pintura de Paulo Hermanny Jobim
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